sábado, 2 de janeiro de 2010

2010

Chegou o novo ano.

Esta altura é, na generalidade, vista como uma época de renovação que se aproveita para fazer um balanço do passado e renovar o ânimo para enfrentar o futuro, com novos projectos, novos objectivos e os votos de que seja um ano melhor. E ânimo é necessário, afinal ainda vivemos em crise e, por muito que alguns digam que estamos a recuperar, sentimos diariamente os seus efeitos. É, por isso, altura de o Terras de Pena deixar os votos para o novo ano.

Tal como outros concelhos rurais portugueses, Ribeira de Pena começa o ano com vários problemas que precisam de solução sob o risco de continuar em acelerada desertificação, o que a longo prazo conduzirá a uma inevitável extinção. Os últimos dados estatísticos relativos ao poder de compra concelhio não abonam em seu favor, colocando o concelho entre os que preenchem o fundo da tabela. A desertificação é visível principalmente nas aldeias, onde são cada vez menos os jovens que aí possuem residência permanente. A construção da nova barragem em Daivões veio animar o sector económico e ajudar no combate ao desemprego. Mas tal como aconteceu com a auto-estrada A7, é uma solução temporária; se não forem criadas condições para que a mão-de-obra posteriormente dispendida seja reabsorvida, não só a sua conclusão levará ao aumento do desemprego como a um posterior êxodo ainda mais acentuado. Também as condições de vida da população são importantes para a sua fixação. O concelho deve ser capaz de criar bem-estar para os seus habitantes, não apenas em infra-estruturas mas também na oferta cultural e de serviços. Não é, no entanto, simples encontrar soluções para contrariar esta situação. É aqui que a criatividade e visão progressista se revelam fundamentais.

O primeiro papel vai para as autoridades locais. O incentivo ao desenvolvimento económico, o apoio social, a dinamização cultural, a divulgação e o marketing devem estar sempre entre as prioridades municipais. 2010 começa com uma renovada liderança nos diferentes órgãos autárquicos, dotada de novo empenho e a quem eu proponho uma mudança de prioridades. A dificuldade em cativar investimento industrial ou agrícola leva-nos a ter de aproveitar outros recursos como o patrimório historico-artístico e o património natural. Terra de grande beleza paisagística, vai receber com a nova barragem novo trunfo para o desenvolvimento do turismo que, aliado ao seu rico património histórico, artístico e etnográfico, terá condições para ser uma prioridade no desenvolvimento do concelho. O futuro de Ribeira de Pena passa, inevitavelmente, pelo turismo para encetar o caminho do desenvolvimento.
Vários são os apoios financeiros que se podem aproveitar do Quadro Comunitário de Apoio
Mas a responsabilidade não cabe apenas às autoridades. Também os agentes económicos têm a sua quota parte. Aos empresários cabe investir em Ribeira de Pena, impulsionando a dinâmica financeira do concelho, criando emprego e riqueza. Se sentem dificuldades não devem desanimar mas antes reestruturar os seus negócios e torna-los mais competitivos. Ribeira de Pena precisa de infra-estruturas de qualidade para apoio ao desenvolvimento do turismo, nomeadamente estruturas de hotelaria e restauração, mas também de animação, capazes de permitir cativar e fidelizar visitantes.


No novo ano, o Terras de Pena continuará com o seu contributo para o desenvolvimento do concelho, dentro das limitações inerentes a um blog dinamizado unicamente por voluntarismo, quer promovendo a divulgação de Ribeira de Pena, quer dinamizando uma reflexão construtiva tão necessária e que motivou a sua criação.
Deixo ainda uma mensagem para os mais distraídos.

A criação do Terras de Pena teve os objectivos já referidos: promover a divulgação do concelho e a reflexão construtiva, longe de qualquer tendência ou ideologia. Entende-se como reflexão construtiva a apresentação de ideias e críticas que contribuam para o desenvolvimento, o que é totalmente oposto à crítica que tem por objectivo a destruição e a alimentação de polémicas ou lutas políticas. Isto em nada contribui para o desenvolvimento do concelho, antes sim para a sua regressão. Aos que têm esses interesses, lembro-lhes que têm a Assembleia Municipal e que podem sempre criar meios de informação próprios. No Terras de Pena, que é, relembro, um blog pessoal, não encontrarão esse apoio.

A todos os ribeirapenenses, os votos de um próspero e feliz 2010.

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