domingo, 22 de fevereiro de 2009

REAL TERTÚLIA DE PENA - Comunicado


O início de 2009 proporcionou aos membros da Real Tertúlia de Pena a honrosa presença do Professor João Ferreira, professor titular aposentado da Universidade de Brasília com origens em Agunchos, agraciado em 2006 com a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique pelo então Presidente da República portuguesa.

Só esta característica já revela a importância da sua opinião, mas a sua formação em Filosofia, o seu longo currículo cheio de experiência e reflexão, cujo resumo se apresenta em anexo, e a condição de ribeirapenense que, apesar de longe, está atento à evolução sua terra natal, revelaram-se de grande contributo para a reflexão construtiva sobre Ribeira de Pena, que a Tertúlia tem vindo a desenvolver, permitindo a análise através de uma visão diferente.
Deste encontro resultaram duas conclusões essenciais, que a Tertúlia partilha aqui com os ribeirapenenses.

Uma primeira relativa à cultura. Mais uma vez se reiterou a importância de uma dinamização cultural em Ribeira de Pena como forma de progresso. A ideia da criação de uma associação cultural surgiu novamente, agora sob a forma de uma academia, cuja constituição poderia servir como “motor de arranque” para atingir esse progresso cultural. Lembrou-se a necessidade de um levantamento sobre o saber tradicional, levantamento que deve ser efectuado junto dos ribeirapenenses mais idosos de forma a garantir a sua fidelidade e preservação enquanto identidade regional.


Uma segunda relativa à dinâmica da informação. Enquanto ribeirapenense no exterior, João Ferreira revelou-nos as dificuldades em aceder a informação constante e actualizada sobre o concelho. A importância da informação como arma para divulgação de Ribeira de Pena foi, assim, novamente discutida, propondo-se como ponto de partida a criação de um gabinete de imprensa por parte do Município. Também as restantes instituições e elites locais devem ter este ponto em atenção. Na Era da Informação devemos aproveitar as facilidades de divulgação disponíveis e trabalhar os meios de comunicação enquanto agentes de difusão da informação.


Sendo natural de Agunchos, João Ferreira trouxe-nos uma abordagem sobre a etimologia do nome da sua aldeia natal, propondo a descendência do latim aqua+uncius evoluindo depois para Agunchos, relacionando-a com a riqueza de água da aldeia. Propôs ainda o aproveitamento da riqueza patrimonial de Agunchos enquanto pólo de desenvolvimento para o concelho.


Esta reunião da tertúlia contou também com a presença de Susana Pimenta, ribeirapenense, professora de línguas a defender mestrado na UTAD sob o tema “D. Ermelinda Correia”, a professora primária de Agunchos que marcou gerações e que foi já alvo de homenagem por parte da população.


Por fim, estes convidados juntam-se aos membros da Real Tertúlia de Pena para homenagear o prezado companheiro e ribeirapenense Francisco Botelho, que há um ano nos deixou. A este grande amigo deixam um eterno abraço.

Curriculum de João Ferreira
Nasceu em Agunchos, em Ribeira de Pena, a 17 de Fevereiro de 1927.
Frequenta em Agunchos a Instrução Primária, sendo dos primeiros alunos da D. Ermelinda Correia. Faz exame da 4ª classe em Ribeira de Pena com a classificação de Distinto (como todos os alunos da professora Ermelinda!).

Continua os estudos no Colégio de Montariol, em Braga, entre 1938 e 1943. Cursa Filosofia em Braga e Teologia em Lisboa, no Seminário Franciscano. Adquire os graus de bacharelato, licenciatura e Doutoramento na Universidade Pontifícia Antoniana, em Roma.

Em Lisboa, foi professor do Instituto Superior de Línguas e Administração no ano lectivo de 1965-1966.Chega a Brasília no dia 8 de Janeiro de 1968 e inicia docência na Universidade de Brasília em 10 de Março de 1968, leccionando até à aposentadoria em 1995. Durante 20 anos foi Professor Titular da Universidade (1976-1996), título correspondente ao título de catedrático das Universidades Portuguesas.Leccionou ainda na Universidade Católica de Brasília (1997-2001) e no Centro Universitário de Brasília(1970-1975 e 2000-2005).

O Superior Tribunal do Trabalho do Brasil,com indicação do Conselho da Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho, conferiu-lhe em 11 de Agosto de 1998, o grau de comendador da Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho.A sua bibliografia é extensa e de referência.

Estudioso de Pedro Hispano, a ele se deve muito do que se sabe sobre o grande filósofo e único papa português.A Literatura Portuguesa deve-lhe muito trabalho de divulgação no Brasil.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Ponte de Arame não vai ficar submersa


Uma boa notícia. A Ponte de Arame ou Ponte Pênsil, que liga a Ribeira a Santo Aleixo de Além Tâmega, não vai ficar submersa pelas águas da Barragem de Daivões. De acordo com o jornal A Voz de Trás-os-Montes, a Câmara Municipal já se encontra a estudar uma forma de transferir a ponte para outro local onde possa ser preservada e visitada.

Este cartão de apresentação do concelho, único no país pelas suas características particulares, foi construído em 1913 por iniciativa do Pe. Albino Afonso para facilitar a ligação entre as duas margens do Tâmega. Antes da sua contrução, essa travessia era feita por meio de uma barca em Viela (a que Camilo se refere no sexto de Doze Casamentos Felizes), pelas poldras a jusante ou pelo Ponderado, o pontão em granito que liga Viela e Balteiro e que, quando o caudal é grande, fica facilmente submerso. A ideia da sua construção, no entanto, deve-se ao Pe. Álvaro Pimenta, da paróquia de Salvador mas natural de Santo Aleixo, que num Inverno rigoroso usou um cabo de arame e uma roldana para fazer chegar o bacalhau a sua casa. Isto terá dado o mote à construção desta ponte suspensa através de cabos de arame retorcidos e com passadiço de madeira.
A construção desta ponte permitiu a ligação permanente das duas margens do Tâmega até 1963, ano da inauguração da Ponte Nova que serve a E.M. 312.


A construção da barragem ameaçou a submersão de alguns sítios patrimoniais do concelho, sendo este o mais emblemático.

Ribeirapenense atingido com caçadeira

Fica a notícia que pode ser visualizada no link em baixo.

http://www.diariodetrasosmontes.com/noticias/complecta.php3?id=14168

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Sondagem - perspectivas 2009

A última sondagem não foi muito participada, mas deixou perspectivas optimistas para 2009. Assim, à pergunta Quais as suas espectativas para 2009?, as escolhas foram todas para a opção que dava conta de um ano bom por ser ano de eleições, não considerando os leitores do Terras de Pena que venha a ser um ano igual a 2008 ou pior do que este devido à crise.
Esperemos agora que estas espectativas se verifiquem. O optimismo é já meio caminho.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009


Quero hoje aqui recordar Francisco Botelho, como amigo, como companheiro de caminhadas, como conterrâneo. Faz hoje um ano que deixamos de ter a sua presença e o seu apoio, nas conversas, nos projectos, nas tertúlias...
Mas ele não nos deixou. As suas palavras continuam vivas no ciberespaço mantendo-o a sua presença.
Em sua homenagem, transcrevo hoje algumas palavras suas.

Plenitude

O silêncio…
É certo que neste lento pôr-do-sol, o silêncio se ouve com mais força. Mas não é o silêncio.
A tranquilidade…
Sob a lua rompante, a natureza descansa. Alguns morcegos esvoaçam por sobre o pátio. A água corre no tanque, quase imperceptível. Tudo, na natureza, parece ocupar o seu sítio próprio. Mas não é a tranquilidade.
A paz…
De repente, dentro e fora de mim, tudo é harmonia. Neste momento preciso, tudo bate certo. Tudo tem razão. Mais, nada precisa de ter razão, porque o coração sente a plenitude. Mas não é a paz.
Não sei o que tem este lugar. Só sei que é o meu lugar. Aquele em que tudo faz sentido. Aquele em que consigo reunir tudo o que há em mim. Sem dramas, sem ansiedades. Plenitude, talvez seja isso, o que me enche neste velho pátio da casa ancestral dos meus antepassados. Aqui vivo eu, aqui vivem todos os meus fantasmas, aqui vivem as almas de Santa Marinha.
Talvez um dia me possam trazer para aqui para morrer. Talvez um dia possam espalhar as minhas cinzas por estes metros que a minha vista alcança. Porque mais do que qualquer outro sítio do mundo, eu pertenço aqui.

http://franciscobotelho.blogspot.com/2006/07/plenitude-o-silncio-certo-que-neste.html

As suas palavras continuam presentes em:

http://ribeiradepena.blogspot.com/
e
http://franciscobotelho.blogspot.com/

Albufeiras funcionarão em 2018

Chega-nos esta semana a notícia de que a construção das barragens da bacia do Tâmega será feita pelo grupo espanhol Iberdrola. Denominado como Complexo Hidroeléctrico do Alto Tâmega, o funcionamento das albufeiras de Padroselos, Daivões, Gouvães e Alto Tâmega deverá começar em 2018.

A notícia completa pode ser vista em:



http://www.semanariotransmontano.com/noticia.asp?idEdicao=173&id=7360&idSeccao=2390&Action=noticia