terça-feira, 20 de abril de 2010

Roteiro Camiliano em Ribeira de Pena - III


FRIÚME E A CASA DE CAMILO
INFORMAÇÃO

A povoação de Friúme, na freguesia do Salvador, foi uma das mais importantes do concelho ao longo do século XIX. Situada na margem esquerda do Tâmega, era atravessada pela estrada que, desde a Ponte de Cavez, contornava o rio e que, a partir de Friúme, começava a subir a encosta em direcção à Portela de Santa Eulália para, depois, se internar no Alvão em direcção a Vila Real. Esta situação privilegiada fez com que Friúme tivesse desempenhado um importante papel nas transacções comerciais da região, sendo entreposto de recoveiros que asseguravam a circulação das mercadorias para Guimarães e Porto.
Da importância de Friúme ao tempo em que Camilo a habitou – 1840/1842 – é testemunho o facto de a povoação possuir boticário (Macário Afonso) e tabelião (José de Mesquita Chaves). Para além disso possuía uma loja de nomeada, propriedade de José Martins dos Santos, comerciante no Porto que aqui se estabeleceu com a família, fugido ao Cerco da cidade nas lutas liberais. É neste enquadramento que Camilo Castelo Branco vai viver, entre um a dois anos da sua vida, depois de abandonar a Samardã. Alojado em casa de sua prima, Maria do Loreto, casada com o lavrador da Casa do Moreira, daqui podia seguir as aulas do padre mestre na Granja Velha.
E aqui encontrou as suas primeiras asas de liberdade. Asas que lhe permitiram percorrer as redondezas, pescando, caçando, namoriscando... Perto da Casa do Moreira, em Friúme, ficava a casa de Sebastião Martins dos Santos, que tinha uma filha fresca e provavelmente bonita, chamada Joaquina. No Tâmega, perto de Friúme, ficava a Ilha dos Amores, assim chamada a troco da utilidade. Não será de estranhar que isso, acrescido ao facto de casamento significar liberdade para Camilo (que assim poderia assumir a sua legítima por morte do pai) e cobiça para o sogro, tenha levado ao casamento dos dois jovens, Camilo então com 16 anos, ela com 14.
Em Friúme terá trabalhado com o tabelião Maximiliano Lemos mas, documentalmente, só está provado que tenha sido amanuense do tabelião José de Mesquita Chaves. Segundo ele próprio vem a declarar mais tarde, ali “aprendeu a jogar às damas e ao gamão”.

Hoje, perdida a importância como povoação, Friúme permite ainda observar alguns enquadramentos do tempo de Camilo e, acima de tudo, a chamada “Casa de Camilo”, local onde terá vivido com a mulher Joaquina e que depois de recuperada passa a ser um núcleo interpretativo da ligação do escritor a Ribeira de Pena.

Francisco Botelho

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Sugestão para o fim-de-semana


Ribeira de Pena recebe este fim-de-semana a Taça de Portugal de BTT na variante Downhill.

O programa está disponível no link abaixo.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

REAL TERTÚLIA DE PENA - Comunicado

Fruto do último encontro, a Real Tertúlia de Pena gostaria de partilhar com os ribeirapenenses algumas reflexões.

Na Era da Informação em que vivemos, a aposta na divulgação é fundamental para o sucesso. A Real Tertúlia já tinha abordado esta temática e avança agora com uma proposta específica. Já todos observamos em muitos concelhos a existência de painéis informativos que vão passando informação sobre a agenda local. Colocados em ponto estratégico, revelam-se de grande utilidade para levar a informação às pessoas enquanto se encontram, por exemplo, à espera do autocarro ou, simplesmente, a passar. Não só os Municípios mas também algumas empresas privadas apostaram já neste meio para divulgação junto dos clientes. Dados os bons exemplos, a Real Tertúlia sugere a colocação de um painel informativo do género, por parte do Município, em local estratégico da sede de concelho.

A aposta na dinamização turística tem-se revelado fundamental para os pequenos concelhos. Neste âmbito, a gastronomia regional apresenta-se, pela sua riqueza, como grande chamariz de turistas, capaz de potenciar a economia local. Ribeira de Pena é vítima da falta de iniciativa privada a este nível, iniciativa esta fundamental para a criação de espaços de excelência. Fruto do desânimo ou falta de visão dos investidores, a verdade é que todos os que visitam o concelho reparam na falta de espaços que cativem para o prazer da gastronomia local. Os Municípios do Alto Tâmega, financiados pelo PRODER, criaram a Rede de Tabernas do Alto Tâmega, iniciativa que conta já com grande sucesso e tem contribuído para o desenvolvimento da região. Face ao exposto, a Real Tertúlia de Pena propõe aos concelhos de Basto a criação de uma "Rede de Tabernas de Basto", dentro dos mesmos parâmetros, que certamente se revelaria de grande sucesso e, seguramente, potenciaria um novo ânimo aos investidores na criação de locais de qualidade para a promoção da gastronomia regional.

Com a criação dos centros escolares, as pequenas escolas primárias viram-se ultrapassadas e despojadas das funções que outrora lhes foram exclusivas. Pela sua arquitectura e representatividade, trata-se de um património rico quer ao nível histórico, quer ao nível material. Deixá-las ao abandono seria um desperdício. No país há já vários exemplos de reconversão destes edifícios, que vão desde a utilização associativa à iniciativa privada da restauração. Num concelho onde o apoio social tem tão grande importância, seria de pensar na utilização de alguns destes edifícios para habitação social. Outra sugestão é a reconversão em alojamento turístico, com uma exploração privada. No mesmo sentido, pode-se ainda estudar a hipótese de incluir nesta reconversão as casas florestais abandonadas.

A Real Tertúlia de Pena lembra ainda o companheiro Francisco Botelho, em homenagem pelos dois anos da sua morte.

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terça-feira, 6 de abril de 2010

Roteiro Camiliano em Ribeira de Pena - II


A PONTE DE CAVEZ

INFORMAÇÃO

O roteiro camiliano em Ribeira de Pena é constituído por sete pontos de visita, o primeiro dos quais pertence ainda ao concelho de Cabeceiras, mas que foi incluido por ser o palco de um conto de Camilo Castelo Branco relativo à sua estadia em terras da Ribeira.

Reproduzimos aqui os textos incluidos nas fichas de visita do roteiro, começando precisamente pela Ponte de Cavez.

"A Ponte de Cavez, na freguesia do mesmo nome, concelho de Cabeceiras de Basto, é uma imponente construção que remonta ao século XIV e que estabelece a ligação entre as duas margens do Tâmega naquela que é considerada uma das portas de Trás-os-Montes.
Adaptada no século XX às necessidades de circulação rodoviária, perdeu as guardas de pedra e uma pequena construção central onde a tradição dizia que se guardava o corpo do construtor, Frei Lourenço Mendes, atestada por uma inscrição que afirmava: “Esta é a Ponte de Cavez, aqui jaz quem a fez”.
Na margem direita, imponente na dimensão, surge a Casa da Ponte, uma edificação que apresenta as características de um solar do século XVIII, mas que inclui elementos arquitectónicos bastante mais antigos. Neste local, no final da Idade Média, terá existido uma gafaria, que aproveitava a Fonte de Águas Sulfurosas da margem esquerda para o tratamento dos leprosos.
Junto à Casa da Ponte está situada a capela de S. Bartolomeu da Ponte de Cavez, cuja romaria, a 24 de Agosto, é muito concorrida pelas gentes do Minho e de Trás-os-Montes, chamados pela virtude da água e pela fama do santo em tirar o demónio dos corpos.
Pelo local passava uma antiga via romana e ainda hoje é possível observar duas pontes daquela época nas ribeiras vizinhas, bem como um pedaço de calçada que atravessa o próprio pátio da Casa da Ponte.
A Ponte de Cavez e a Capela de S. Bartolomeu figuram em dois textos de Camilo: no conto “Como ela o amava!” das “Noites de Lamego” e como cenário do último acto da peça de teatro “O Lobisomem”.

São dignas de nota, num raio de 5 quilómetros, as povoações de Moimenta e de Cavez, ambas do concelho de Cabeceiras de Basto e Agunchos, no de Ribeira de Pena."


Francisco Botelho


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domingo, 4 de abril de 2010

Páscoa Feliz

A todos os ribeirapenenses, votos de uma Páscoa Feliz.

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sexta-feira, 2 de abril de 2010

Sobre as barragens do Tâmega

A construção das barragens do rio Tâmega foi uma decisão muito rápida da parte do Governo e alvo de pouco esclarecimento à população. Talvez por isso a discussão continue, principalmente ao nível do impacto ambiental.

Foi-me chegada a informação de uma petição a decorrer online sob o título Salvar o rio Tâmega e os seus afluentes. A informação está disponível no link abaixo.



www.peticaopublica.com/?pi=tamega



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