sexta-feira, 14 de maio de 2010

Roteiro Camiliano em Ribeira de Pena - IV


A IGREJA MATRIZ DO SALVADOR
INFORMAÇÃO

A Igreja Matriz do Divino Salvador, que domina na sua majestade a vila de Ribeira de Pena, é um edifício construído na segunda metade do século XVIII e que se ficou a dever à benemerência de um emigrante ribeirapenense no Brasil, Manuel José de Carvalho.
A lenda conta que Manuel José de Carvalho, muito novo, terá ido para o Brasil, onde veio a fazer fortuna. Quando abandonou a terra natal, fez a promessa de, em caso de sucesso, mandar edificar uma igreja "como não houvesse outra em dez léguas ao redor". De como angariou fortuna, não ficou memória. O certo é que, em 1759, envia para Ribeira de Pena uma carta em que manifesta o desejo de mandar edificar uma igreja, garantindo o pagamento de todas as despesas, à excepção do carreto das pedras. A Igreja vem a ser edificada, tendo-se deitado abaixo a antiga Igreja do Salvador para aproveitamento da pedra. A primeira sagração vem a ser feita em 1793, já depois da morte de Manuel José de Carvalho, que nunca chegou a ver a sua obra.
A fachada manifesta ainda uma traça barroca, com alguns elementos rocaille.
Apresenta uma orientação invulgar a nascente e possui, por sobre o portal de entrada, um medalhão evocativo do fundador, ladeado de dois querubins com toucado de penas e um enorme nicho com uma imagem do Divino Salvador.
No interior, sóbrio mas imponente, é de referenciar o altar-mor, as guardas em madeira e os belos cadeirais confessionário.
Foi nesta Igreja que casou, em 18 de Agosto de 1841, Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco, na altura com 16 anos de idade, com Joaquina Pereira de França, uma jovem de 14 anos, natural de Gondomar e residindo na povoação de Friúme com seus pais.
A Igreja está ainda ligada ao episódio com que Camilo justifica a sua saída de Ribeira de Pena.

Francisco Botelho

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