segunda-feira, 13 de setembro de 2010
Novamente as SCUTS
A complementar esta opinião, deixo os resultados da última sondagem realizada aos leitores do Terras de Pena.
À questão "Considera o pagamento de auto-estrada prejudicial para o desenvolvimento do concelho?", 87% (7 votos) consideram que "Sim, prejudica consideravelmente", enquanto 12% (1 voto) consideram que "Não", não colhendo a opção "Sim, mas não é significativo" qualquer voto.
Sobre este assunto, remeto ainda para um post já publicado neste blog.
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
Para o fim-de-semana
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
Encontros com o Património - Eira de Lamelas
Para este primeiro artigo, escolhi um dos locais mais importantes do nosso concelho que tem caído no esquecimento e que, por isso, merece maior atenção. Falo-vos das gravuras rupestres de Lamelas.
Trata-se de uma eira de grande extensão, localizada numa clareira aplanada do pinhal de Lamelas, totalmente coberta de símbolos gravados na pedra. Estes símbolos (cruzes, formas geométricas simples e compostas, linhas e covinhas) dão um significado religioso e místico a este local desde a Antiguidade. Terão sido gravados em épocas diferentes desde o Neolítico (que nesta região terá começado há cerca de 5.000 anos), altura em que o Homem começa a praticar a agricultura e possui uma religião relacionada com a fecundidade e a produção agrícola. Os símbolos remetem-nos para o culto do sol e das estrelas, revelando, assim, um local de culto que seria usado para as festividades agrárias anteriores ao cristianismo. Dada a sua extensão, é provável que tenha sido uma espécie de santuário onde sazonalmente ocorriam os povos da região, suspeita que levou Manuel Martins a baptizar o local como “Santuário Rupestre” na sua publicação sobre este sítio*. A comprovar a sua função de culto estão também algumas covas abertas nas rochas que circundam o local (possivelmente utilizadas para suportar traves de madeira) e uma grande fossa oval (elemento comum utilizado nos rituais religiosos). Há ainda a notícia de mais rochas gravadas na zona que se terão perdido.
Há também quem veja nestes símbolos uma primeira forma de escrita dos povos desta região da Europa, que utilizavam a pedra como suporte.
Estes locais são, aliás, comuns no nosso concelho. Para além deste, o mais importante, é de especial interesse referir a pedra da Corga do Fieiro, em Canedo, e as lages de Vaca da Cana, em Vilarinho, com símbolos gravados semelhantes aos de Lamelas. Outros estarão ainda por identificar (note-se que as gravuras de Vaca da Cana foram descobertas há pouco tempo). A importância de Lamelas está comprovada a nível nacional com a classificação como Imóvel de Interesse Público pelo IPPAR desde 1986, sendo referência obrigatória para qualquer estudo da especialidade.
A tradição popular atribui a este local a lenda comum de possuir um tesouro escondido, que pode ser revelado através do brilho de uma jóia sob a luz do sol. Outra lenda possui um ritual que ainda há poucas décadas era praticado por alguns aventureiros. De acordo com a tradição, em determinada fase da lua era possível colocar a descoberto um tesouro (composto por uma grade, um arado e um timão em ouro) durante a noite, através da leitura no local do livro de São Cipriano. Se o leitor não revelasse medo, em determinada parte da leitura surgiria um animal (boi, cavalo, bode…) que indicaria o local onde este se encontrava escondido. Mas se a leitura fosse interrompida o leitor desaparecia o que, na dúvida, levou muitos a passarem a noite ao relento em empenhada leitura com medo de não voltarem de tão ousada demanda.
O acesso é feito a partir do Parque de Lazer de Lamelas, através da estrada florestal, seguindo depois pela segunda bifurcação à direita. A laje encontra-se no lado direito do caminho, mesmo antes de este começar a descer. É um local magnífico para desfrutar em dias de sol, de paisagem imaculada, dando ainda hoje uma sensação mística ao visitante.
*MARTINS, Manuel José Carvalho, O Santuário Rupestre de Lamelas, Ribeira de Pena, Câmara Municipal, 1981.
sexta-feira, 23 de julho de 2010
segunda-feira, 19 de julho de 2010
A questão das SCUT e Ribeira de Pena
Um tema que tem marcado a actualidade é a questão do pagamento das SCUT em zonas como o Grande Porto ou o Algarve. Estas auto-estradas, grátis para os utilizadores, visam o apoio ao desenvolvimento de regiões desfavorecidas economica e socialmente. Ora, de acordo com este critério, também Ribeira de Pena deveria ser isenta de pagamento na A7, uma das auto-estradas mais caras do país, já que a EN 206 não se apresenta como alternativa viável que permita o seu desenvolvimento.
Aproveito a deixa e a notícia abaixo para lançar uma nova sondagem aos ribeirapenenses.
segunda-feira, 5 de julho de 2010
Sondagem Barragens do Alto Tâmega
À questão "Considera-se esclarecido relativamente às Barragens do Alto Tâmega?", todos os participantes votaram na opção "Não", não colhendo a opção "Sim" qualquer voto.
Parece-me claro que esta é uma questão por esclarecer, embora continue também por resolver como demonstra a notícia abaixo.
As notícias de Junho
Destaco a notícia sobre o artista digital, descendente ribeirapenense, que procurou nas suas origens inspiração para o seu trabalho. Graças a si, Ribeira de Pena está agora também presente em aplicações digitais de algumas marcas prestigiadas.
Destaque ainda para a Loja Solidária de Ribeira de Pena; numa altura de crise é uma arma importante para o apoio social. Qualquer pessoa pode contribuir, doando coisas de que já não precisa que serão depois fornecidas aos mais necessitados. Espero, contudo, que não seja também qualquer pessoa a beneficiar, como acontece com alguns subsídios, mas apenas quem realmente precisa.
Temporais varrem Trás-os-Montes
http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/portugal/temporais-varrem-tras-os-montes
Luso descendente recria "cores" emocionais de Trás-os-Montes em aplicação para iPhone
http://www.ionline.pt/conteudo/66467-luso-descendente-recria-cores-emocionais-tras-os-montes-em-aplicacao-iphone-
Secretário de Estado da Protecção Civil visita distrito
http://www.noticiasdevilareal.com/noticias/index.php?action=getDetalhe&id=8293
GNR apreendeu 130 armas ilegais
http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1591934
Moção exige desintegração a favor de Unidade de Saúde Local
http://www.semanariotransmontano.com/noticia.asp?idEdicao=243&id=10705&idSeccao=3613&Action=noticia
Loja Solidária de Ribeira de Pena abre portas ao público a partir de hoje
http://www.noticiasdevilareal.com/noticias/index.php?action=getDetalhe&id=8126
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quarta-feira, 23 de junho de 2010
Novidades no Terras de Pena
segunda-feira, 21 de junho de 2010
Roteiro Camiliano em Ribeira de Pena - VIII
CASA DO BARROSO
INFORMAÇÃO
A Casa do Barroso, em Bragadas, é uma curiosidade da arquitectura rural do século XVIII. Inserida numa povoação situada a meio da encosta norte do Tâmega, fronteira do Barroso, marca uma nota dissonante pela qualidade da sua fábrica. De facto, a Casa do Barroso ostenta, num canto escondido , um magnífico portal em granito, brasonado, e virada a poente e a sul uma fachada com cantaria fina, envolvendo uma pedra de armas de grande dimensão, que encima uma escadaria incompleta.
Que a Casa do Barroso não viu o seu projecto concluído é óbvio para quem ali se desloca. Qual o motivo para a interrupção das obras, não é fácil hoje descobrir. O que é certo é que Camilo, que por ali deverá ter passado quando viveu em Friúme, escreveu um belíssimo conto a propósito da casa, que intitulou “História de uma Porta” e que pode ser lido no livro “Noites de Lamego”.
Em Bragadas, a história que Camilo escreveu “virou” verdade. O poder da construção de mitos inerente à criação dos bons escritores... Mas será bom saber que o brasão esculpido no portal e no cimo da escadaria da Casa do Barroso pertenceu a Domingos Francisco Pena de Carvalho, natural de Ribeira de Pena, que a ele teve direito por carta régia passada a 25 de Setembro de 1756.
Francisco Botelho
sexta-feira, 18 de junho de 2010
Sugestão para o Fim-de-semana
quarta-feira, 16 de junho de 2010
Roteiro Camiliano em Ribeira de Pena - VII
PONTE DE ARAME
INFORMAÇÃO
A Ponte de Arame, que liga a Ribeira a Santo Aleixo de Além-Tâmega, deverá ter sido construída no início do século XX. Há, pelo menos, testemunhos de que ela existiria já durante a primeira Guerra Mundial, e prestou serviço até aos nossos dias. Aliás, a sua utilização só passou a ser acessória a partir de 1963, ano em que se inaugurou a travessia do Tâmega através da bela ponte em arco de granito, construida cem metros acima. Hoje em dia é utilizada pelas populações ribeirinhas e motivo de curiosidade dos muitos visitantes, que nela encontram o encanto de outras eras.
Quando Camilo passou por Ribeira de Pena, a Ponte de Arame ainda não existia. A passagem do Tâmega fazia-se então através dos vaus, nas numerosas poldras e nos açudes e, sempre que o caudal era maior, nas barcas de fundo chato que transportavam pessoas, mercadorias e animais. Nos períodos invernais mais rigorosos, o rio era intransponível. Terá sido isso, aliás, que motivou as gentes da Ribeira e de Santo Aleixo a construir uma ponte pênsil que permitisse o trânsito de pessoas e bens ao longo de todo o ano.
E se a Ponte de Arame não é contemporânea de Camilo, ela é um local extremamente agradável para acompanhar a leitura de dois textos alusivos à travessia do Tâmega e escritos por Camilo. Um, através das poldras, figura na novela “Maria Moisés”. O outro, uma travessia de barca, é descrita no Sexto dos “Doze Casamentos Felizes”.
Francisco Botelho
quinta-feira, 10 de junho de 2010
Roteiro Camiliano em Ribeira de Pena - VI
CAPELA DA GRANJA VELHA
INFORMAÇÃO
A Capela da Granja Velha, no lugar do mesmo nome, é um belo exemplar do barroco rural. Foi mandada edificar por um natural daquela povoação, emigrado no Brasil, de nome Lourenço Valadares Vieira, presbítero que exerceu no Brasil importantes cargos religiosos como o de Arcediago da Sé do Rio de Janeiro e Bispo do Pará.
Mandou edificar este templo na povoação da sua naturalidade para “homenagear os antepassados e para que a população tivesse um local condigno para assistir à missa”. Paralelamente a esta construção, estabeleceu um avultado donativo à Santa Casa da Misericórdia de Santa Cruz, em Braga, que tinha a obrigação de prover e sustentar capelão próprio para a capela.
Construída na primeira metade do século XVIII, esta Capela garantia uma das melhores tenças religiosas, sendo portanto cobiçado o seu lugar. Talvez isso justifique o facto de, na Granja Velha, existir em 1841 um padre de grande ilustração, com fama em toda a província, o padre Manuel Rodrigues, ou Manuel da Lixa, por ser natural da Lixa do Alvão.
A Capela possui uma fachada em que se destaca a pedra de armas do instituidor e, exteriormente, apresenta um pormenor insólito – o acesso lateral ao coro com balcão, tudo construído em granito. No interior possui um belíssimo altar em talha dourada, com um sacrário de grande qualidade e uma imagem da Senhora da Conceição, uma obra prima do barroco. O tecto do altar mor possui uma pintura ingénua, provavelmente do século XIX, também digna de nota.
Foi no lugar da Granja Velha que Camilo teve aulas com o padre-mestre Manuel Rodrigues.
A Capela da Granja Velha e o seu adro terão sido testemunhas de muitos dos momentos que Camilo passou em Ribeira de Pena.
Francisco Botelho
domingo, 6 de junho de 2010
Camilo Castelo Branco
sexta-feira, 28 de maio de 2010
Para o fim-de-semana
sexta-feira, 21 de maio de 2010
Roteiro Camiliano em Ribeira de Pena - V
CAPELA DE NOSSA SENHORA DA GUIA
INFORMAÇÃO
A Capela de Nossa Senhora da Guia ergue-se numa das encostas do Alvão, sobranceira ao vale do Tâmega e é o palco de uma das maiores romarias do concelho.
Consagrada como padroeira do concelho em 1952, envolve a devoção das gentes de Trás-os-Montes e do Minho, que religiosamente, todos os 15 de Agosto, assistem à sua procissão e cumprem promessas ao redor da Capela.
A Capela que hoje existe foi construída na primeira metade do século XVIII, por devoção e voto dos senhores da Casa de Santa Marinha e da Casa do Mato, em Ribeira de Pena. Foi seu construtor o mestre Lucquas Rodriguez, da Galiza, no seguimento do modelo da Capela da Granja Velha, então recentemente construída.
É um belo exemplar do barroco rural, com um portal encimado pelo nicho em que figura, em granito, a imagem da Senhora da Guia. O pormenor arquitectónico mais significativo é precisamente aquele que encima a fachada, uma grande concha (vieira) em granito. Sabendo que o mestre construtor era galego, não é difícil conotá-la com a influência de Santiago de Compostela, cujo símbolo é, precisamente a concha.
No interior, para além do altar, recentemente restaurado, há que ter em conta o tecto, todo em granito, com caixotões sem figuração.
Camilo, que certamente assistiu à romaria da Senhora da Guia, integra-a no Sexto dos seus "Doze Casamentos Felizes".
Francisco Botelho
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quinta-feira, 20 de maio de 2010
Sessão sobre o Novo Acordo Ortográfico
sexta-feira, 14 de maio de 2010
Roteiro Camiliano em Ribeira de Pena - IV
A IGREJA MATRIZ DO SALVADOR
INFORMAÇÃO
A Igreja Matriz do Divino Salvador, que domina na sua majestade a vila de Ribeira de Pena, é um edifício construído na segunda metade do século XVIII e que se ficou a dever à benemerência de um emigrante ribeirapenense no Brasil, Manuel José de Carvalho.
A lenda conta que Manuel José de Carvalho, muito novo, terá ido para o Brasil, onde veio a fazer fortuna. Quando abandonou a terra natal, fez a promessa de, em caso de sucesso, mandar edificar uma igreja "como não houvesse outra em dez léguas ao redor". De como angariou fortuna, não ficou memória. O certo é que, em 1759, envia para Ribeira de Pena uma carta em que manifesta o desejo de mandar edificar uma igreja, garantindo o pagamento de todas as despesas, à excepção do carreto das pedras. A Igreja vem a ser edificada, tendo-se deitado abaixo a antiga Igreja do Salvador para aproveitamento da pedra. A primeira sagração vem a ser feita em 1793, já depois da morte de Manuel José de Carvalho, que nunca chegou a ver a sua obra.
A fachada manifesta ainda uma traça barroca, com alguns elementos rocaille.
Apresenta uma orientação invulgar a nascente e possui, por sobre o portal de entrada, um medalhão evocativo do fundador, ladeado de dois querubins com toucado de penas e um enorme nicho com uma imagem do Divino Salvador.
No interior, sóbrio mas imponente, é de referenciar o altar-mor, as guardas em madeira e os belos cadeirais confessionário.
Foi nesta Igreja que casou, em 18 de Agosto de 1841, Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco, na altura com 16 anos de idade, com Joaquina Pereira de França, uma jovem de 14 anos, natural de Gondomar e residindo na povoação de Friúme com seus pais.
A Igreja está ainda ligada ao episódio com que Camilo justifica a sua saída de Ribeira de Pena.
Francisco Botelho
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quarta-feira, 12 de maio de 2010
Sondagem Fins-de-semana Gastronómicos
À pergunta "Já participou em algum dos Fins-de-semana Gastronómicos do concelho?", 87% dos participantes optaram pela resposta Sim e gostei, enquanto os restantes 12% optaram pela resposta Sim e não gostei. Nenhum dos participantes optou pela resposta Não.
Em seguimento do último texto aqui publicado, inicio uma nova sondagem sobre as Barragens do Alto Tâmega.
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terça-feira, 11 de maio de 2010
As Barragens do Alto Tâmega
Para ajudar ao esclarecimento dos ribeirapenenses, deixo as últimas notícias relativas a este assunto:
Discussão pública das Barragens no Tâmega terminou quarta-feira
"Pátria dos Dólmenes" submersa pelas Barragens
Barragem leva "Ilha dos Amores" de Camilo
EDP recebe autorização para barragem de Fridão
Remeto ainda para um artigo de opinião de Joaquim Jorge de Carvalho, a que chamou Naufrágio d’ilha.
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segunda-feira, 10 de maio de 2010
Geminação de Ribeira de Pena com Saint-Galmier
Sobre este assunto, gostaria de remeter para um texto que publiquei aqui aquando da oficialização da geminação com Vianden e que mantém a sua actualidade. Está acessível no link abaixo.
http://terrasdepena.blogspot.com/2009/04/sobre-as-geminacoes.html
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sexta-feira, 7 de maio de 2010
Notícias de Ribeira de Pena
Deixo as notícias de Abril (e primeira semana de Maio) sobre Ribeira de Pena.
Quase 200 mil euros em subsídios à natalidade
http://www.semanariotransmontano.com/noticia.asp?idEdicao=235&id=10403&idSeccao=3480&Action=noticia
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Emanuel Pombo vence a 2ª etapa da Taça de Portugal de Downhill (DHI) em Ribeira de Pena
http://www.noticiasdevilareal.com/noticias/index.php?action=getDetalhe&id=7850
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AFVR: Vila Real 1-1 Ribeira de Pena“Bila” despede-se com empate
http://www.noticiasdevilareal.com/noticias/index.php?action=getDetalhe&id=7925
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Padre pede 400 € aos paroquianos
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quarta-feira, 5 de maio de 2010
A Biblioteca Online
Divulgo aqui o sítio provisório da página online da Biblioteca Municipal. Além das informações sobre a biblioteca, disponibiliza também o catálogo online.
Está acessível em:
segunda-feira, 3 de maio de 2010
Feira do Livro
Livros e Liberdade
http://muitomar.blogspot.com/2010/05/livros-liberdade.html
sábado, 1 de maio de 2010
Sobre a Biblioteca Municipal
terça-feira, 20 de abril de 2010
Roteiro Camiliano em Ribeira de Pena - III
FRIÚME E A CASA DE CAMILO
INFORMAÇÃO
A povoação de Friúme, na freguesia do Salvador, foi uma das mais importantes do concelho ao longo do século XIX. Situada na margem esquerda do Tâmega, era atravessada pela estrada que, desde a Ponte de Cavez, contornava o rio e que, a partir de Friúme, começava a subir a encosta em direcção à Portela de Santa Eulália para, depois, se internar no Alvão em direcção a Vila Real. Esta situação privilegiada fez com que Friúme tivesse desempenhado um importante papel nas transacções comerciais da região, sendo entreposto de recoveiros que asseguravam a circulação das mercadorias para Guimarães e Porto.
Da importância de Friúme ao tempo em que Camilo a habitou – 1840/1842 – é testemunho o facto de a povoação possuir boticário (Macário Afonso) e tabelião (José de Mesquita Chaves). Para além disso possuía uma loja de nomeada, propriedade de José Martins dos Santos, comerciante no Porto que aqui se estabeleceu com a família, fugido ao Cerco da cidade nas lutas liberais. É neste enquadramento que Camilo Castelo Branco vai viver, entre um a dois anos da sua vida, depois de abandonar a Samardã. Alojado em casa de sua prima, Maria do Loreto, casada com o lavrador da Casa do Moreira, daqui podia seguir as aulas do padre mestre na Granja Velha.
E aqui encontrou as suas primeiras asas de liberdade. Asas que lhe permitiram percorrer as redondezas, pescando, caçando, namoriscando... Perto da Casa do Moreira, em Friúme, ficava a casa de Sebastião Martins dos Santos, que tinha uma filha fresca e provavelmente bonita, chamada Joaquina. No Tâmega, perto de Friúme, ficava a Ilha dos Amores, assim chamada a troco da utilidade. Não será de estranhar que isso, acrescido ao facto de casamento significar liberdade para Camilo (que assim poderia assumir a sua legítima por morte do pai) e cobiça para o sogro, tenha levado ao casamento dos dois jovens, Camilo então com 16 anos, ela com 14.
Em Friúme terá trabalhado com o tabelião Maximiliano Lemos mas, documentalmente, só está provado que tenha sido amanuense do tabelião José de Mesquita Chaves. Segundo ele próprio vem a declarar mais tarde, ali “aprendeu a jogar às damas e ao gamão”.
Hoje, perdida a importância como povoação, Friúme permite ainda observar alguns enquadramentos do tempo de Camilo e, acima de tudo, a chamada “Casa de Camilo”, local onde terá vivido com a mulher Joaquina e que depois de recuperada passa a ser um núcleo interpretativo da ligação do escritor a Ribeira de Pena.
Francisco Botelho
sexta-feira, 16 de abril de 2010
Sugestão para o fim-de-semana
quarta-feira, 7 de abril de 2010
REAL TERTÚLIA DE PENA - Comunicado
Fruto do último encontro, a Real Tertúlia de Pena gostaria de partilhar com os ribeirapenenses algumas reflexões.
Na Era da Informação em que vivemos, a aposta na divulgação é fundamental para o sucesso. A Real Tertúlia já tinha abordado esta temática e avança agora com uma proposta específica. Já todos observamos em muitos concelhos a existência de painéis informativos que vão passando informação sobre a agenda local. Colocados em ponto estratégico, revelam-se de grande utilidade para levar a informação às pessoas enquanto se encontram, por exemplo, à espera do autocarro ou, simplesmente, a passar. Não só os Municípios mas também algumas empresas privadas apostaram já neste meio para divulgação junto dos clientes. Dados os bons exemplos, a Real Tertúlia sugere a colocação de um painel informativo do género, por parte do Município, em local estratégico da sede de concelho.
A aposta na dinamização turística tem-se revelado fundamental para os pequenos concelhos. Neste âmbito, a gastronomia regional apresenta-se, pela sua riqueza, como grande chamariz de turistas, capaz de potenciar a economia local. Ribeira de Pena é vítima da falta de iniciativa privada a este nível, iniciativa esta fundamental para a criação de espaços de excelência. Fruto do desânimo ou falta de visão dos investidores, a verdade é que todos os que visitam o concelho reparam na falta de espaços que cativem para o prazer da gastronomia local. Os Municípios do Alto Tâmega, financiados pelo PRODER, criaram a Rede de Tabernas do Alto Tâmega, iniciativa que conta já com grande sucesso e tem contribuído para o desenvolvimento da região. Face ao exposto, a Real Tertúlia de Pena propõe aos concelhos de Basto a criação de uma "Rede de Tabernas de Basto", dentro dos mesmos parâmetros, que certamente se revelaria de grande sucesso e, seguramente, potenciaria um novo ânimo aos investidores na criação de locais de qualidade para a promoção da gastronomia regional.
Com a criação dos centros escolares, as pequenas escolas primárias viram-se ultrapassadas e despojadas das funções que outrora lhes foram exclusivas. Pela sua arquitectura e representatividade, trata-se de um património rico quer ao nível histórico, quer ao nível material. Deixá-las ao abandono seria um desperdício. No país há já vários exemplos de reconversão destes edifícios, que vão desde a utilização associativa à iniciativa privada da restauração. Num concelho onde o apoio social tem tão grande importância, seria de pensar na utilização de alguns destes edifícios para habitação social. Outra sugestão é a reconversão em alojamento turístico, com uma exploração privada. No mesmo sentido, pode-se ainda estudar a hipótese de incluir nesta reconversão as casas florestais abandonadas.
A Real Tertúlia de Pena lembra ainda o companheiro Francisco Botelho, em homenagem pelos dois anos da sua morte.
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terça-feira, 6 de abril de 2010
Roteiro Camiliano em Ribeira de Pena - II
INFORMAÇÃO
O roteiro camiliano em Ribeira de Pena é constituído por sete pontos de visita, o primeiro dos quais pertence ainda ao concelho de Cabeceiras, mas que foi incluido por ser o palco de um conto de Camilo Castelo Branco relativo à sua estadia em terras da Ribeira.
Reproduzimos aqui os textos incluidos nas fichas de visita do roteiro, começando precisamente pela Ponte de Cavez.
"A Ponte de Cavez, na freguesia do mesmo nome, concelho de Cabeceiras de Basto, é uma imponente construção que remonta ao século XIV e que estabelece a ligação entre as duas margens do Tâmega naquela que é considerada uma das portas de Trás-os-Montes.
Adaptada no século XX às necessidades de circulação rodoviária, perdeu as guardas de pedra e uma pequena construção central onde a tradição dizia que se guardava o corpo do construtor, Frei Lourenço Mendes, atestada por uma inscrição que afirmava: “Esta é a Ponte de Cavez, aqui jaz quem a fez”.
Na margem direita, imponente na dimensão, surge a Casa da Ponte, uma edificação que apresenta as características de um solar do século XVIII, mas que inclui elementos arquitectónicos bastante mais antigos. Neste local, no final da Idade Média, terá existido uma gafaria, que aproveitava a Fonte de Águas Sulfurosas da margem esquerda para o tratamento dos leprosos.
Junto à Casa da Ponte está situada a capela de S. Bartolomeu da Ponte de Cavez, cuja romaria, a 24 de Agosto, é muito concorrida pelas gentes do Minho e de Trás-os-Montes, chamados pela virtude da água e pela fama do santo em tirar o demónio dos corpos.
Pelo local passava uma antiga via romana e ainda hoje é possível observar duas pontes daquela época nas ribeiras vizinhas, bem como um pedaço de calçada que atravessa o próprio pátio da Casa da Ponte.
A Ponte de Cavez e a Capela de S. Bartolomeu figuram em dois textos de Camilo: no conto “Como ela o amava!” das “Noites de Lamego” e como cenário do último acto da peça de teatro “O Lobisomem”.
São dignas de nota, num raio de 5 quilómetros, as povoações de Moimenta e de Cavez, ambas do concelho de Cabeceiras de Basto e Agunchos, no de Ribeira de Pena."
Francisco Botelho
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domingo, 4 de abril de 2010
sexta-feira, 2 de abril de 2010
Sobre as barragens do Tâmega
Foi-me chegada a informação de uma petição a decorrer online sob o título Salvar o rio Tâmega e os seus afluentes. A informação está disponível no link abaixo.
www.peticaopublica.com/?pi=tamega
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quarta-feira, 31 de março de 2010
Revista de Imprensa - Março
Grupo AMI abre hospital privado em Guimarães
http://www.rcmpharma.com/news/7427/51/Grupo-AMI-abre-hospital-privado-em-Guimaraes.html
Bivalve raro pode condicionar barragem de Padroselos
http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=167333
Ribeira de Pena - Visitantes rendidos aos sabores do mel e da broa tradicional
http://www.noticiasdevilareal.com/noticias/index.php?action=getDetalhe&id=7627
Turismo de Portugal entrega subsídioshttp://www.opcaoturismo.com/noticia.php?id=184101
segunda-feira, 22 de março de 2010
Roteiro Camiliano em Ribeira de Pena - I
sexta-feira, 19 de março de 2010
IV Semana da Floresta
A partir de hoje e até ao próximo dia 24, Ribeira de Pena será palco da 4ª edição da Semana da Floresta, da responsabilidade da Câmara Municipal em conjunto com os Agrupamentos de Escolas do concelho.
O programa pode ser consultado no link abaixo.
Fica a sugestão.
http://www.cm-rpena.pt/ultimas/iv-semana-da-floresta-promove-defesa-dos-valores-ambientais.html
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segunda-feira, 15 de março de 2010
Sondagem - Centro Escolar
Os leitores consideraram, na sua maioria, que O novo edifício do Centro Escolar de Ribeira de Pena... Ficava melhor noutro local, com mais espaço (62%), no entanto dividem-se quando à estética e enquanto alguns consideram que É bonito e contribui para a beleza da vila (37%), outros consideram-no Feio (37%). Apenas 12% dos votantes consideram que Está bem enquadrado na urbanização (12%).
Aproveito para deixar uma nova sondagem sobre os Fins-de-Semana Gastronómicos.
terça-feira, 9 de março de 2010
O Roteiro Camiliano - justa homenagem
Se muitas são as localidades que se podem orgulhar de ter um pouco de Camilo, da sua vida, dos seus romances, nenhuma tem, no entanto, o luxo de possuir um roteiro a ele ligado de tal riqueza literária, histórica, artística e paisagística. É um roteiro que todos os ribeirapenenses deviam conhecer.
Em homenagem ao criador, quando se assinalam já dois anos da sua morte, divulgarei aqui nas próximas semanas as fichas de visita que ele próprio publicou no seu blog, deixando a sugestão a todos os que queiram conhecer.
As fichas de visita podem ainda ser descarregadas no site da Câmara Municipal, no link abaixo.
http://www.cm-rpena.pt/images/stories/Roteiro_Camiliano.pdf
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sexta-feira, 5 de março de 2010
III Fim-de-semana Gastronómico
segunda-feira, 1 de março de 2010
Largos dias têm cem anos
É um retrato social cada vez mais nosso.
O artigo está disponível, no link abaixo.
http://aeiou.expresso.pt/largos-dias-tem-cem-anos=f567851
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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
Parques Escolares de Ribeira de Pena
A Educação assistiu nos últimos anos em Portugal à profusão dos Centros Escolares, medida de grande pesar das pequenas localidades que viram as suas escolinhas, algumas quase centenárias, muitas recentemente requalificadas, ficarem desertas e, por vezes, ao abandono. O objectivo é centralizar os diferentes graus de ensino nas mesmas instalações, desde o pré-escolar ao secundário. Concorde-se ou não, a política veio para ficar e Ribeira de Pena tem já concluída a construção dos seus centros escolares. O de Cerva encontra-se já em funcionamento desde o início de Janeiro e o de Ribeira de Pena (imagem em cima) entrou agora em funcionamento.
Amanhã será o dia da inauguração.
Quanto às escolinhas entretanto fechadas, não é o fim. Elas podem integrar actividades de índole comunitária, associativa, cultural ou mesmo turística, como já acontece em muitos outros locais. Soube que algumas serão reaproveitadas para actividades formativas ou culturais, mas não se deve ficar por aqui; tal deve ser alargado a todas as escolas do concelho e pode mesmo partir da parte dos privados (associações, empresas...) a iniciativa.
Entretanto, ouvi alguns comentários sobre o novo edifício ribeirapenense, pelo que deixo no Terras de Pena uma nova sondagem sobre o assunto.
domingo, 14 de fevereiro de 2010
Muito Mar
Professor de língua e literatura, Joaquim Jorge de Carvalho é, claramente, uma dessas pessoas, dividindo o seu coração entre Coimbra, sua terra natal, e Ribeira de Pena, que escolheu para viver com a sua família.
Por isso mesmo, divulgo aqui o Muito Mar, o seu sítio na web onde partilha com o mundo um pouco de si.
http://www.muitomar.blogspot.com/
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
Notícias - Janeiro 2010
http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/559493
http://www.noticiasdevilareal.com/noticias/index.php?action=getDetalhe&id=7078
http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Vila%20Real&Concelho=Ribeira%20de%20Pena&Option=Interior&content_id=1478594
http://www.oje.pt/noticias/nacional/camara-de-ribeira-de-pena-implementa-via-verde-do-investimento-em-2010
sábado, 2 de janeiro de 2010
2010
Esta altura é, na generalidade, vista como uma época de renovação que se aproveita para fazer um balanço do passado e renovar o ânimo para enfrentar o futuro, com novos projectos, novos objectivos e os votos de que seja um ano melhor. E ânimo é necessário, afinal ainda vivemos em crise e, por muito que alguns digam que estamos a recuperar, sentimos diariamente os seus efeitos. É, por isso, altura de o Terras de Pena deixar os votos para o novo ano.
Tal como outros concelhos rurais portugueses, Ribeira de Pena começa o ano com vários problemas que precisam de solução sob o risco de continuar em acelerada desertificação, o que a longo prazo conduzirá a uma inevitável extinção. Os últimos dados estatísticos relativos ao poder de compra concelhio não abonam em seu favor, colocando o concelho entre os que preenchem o fundo da tabela. A desertificação é visível principalmente nas aldeias, onde são cada vez menos os jovens que aí possuem residência permanente. A construção da nova barragem em Daivões veio animar o sector económico e ajudar no combate ao desemprego. Mas tal como aconteceu com a auto-estrada A7, é uma solução temporária; se não forem criadas condições para que a mão-de-obra posteriormente dispendida seja reabsorvida, não só a sua conclusão levará ao aumento do desemprego como a um posterior êxodo ainda mais acentuado. Também as condições de vida da população são importantes para a sua fixação. O concelho deve ser capaz de criar bem-estar para os seus habitantes, não apenas em infra-estruturas mas também na oferta cultural e de serviços. Não é, no entanto, simples encontrar soluções para contrariar esta situação. É aqui que a criatividade e visão progressista se revelam fundamentais.
O primeiro papel vai para as autoridades locais. O incentivo ao desenvolvimento económico, o apoio social, a dinamização cultural, a divulgação e o marketing devem estar sempre entre as prioridades municipais. 2010 começa com uma renovada liderança nos diferentes órgãos autárquicos, dotada de novo empenho e a quem eu proponho uma mudança de prioridades. A dificuldade em cativar investimento industrial ou agrícola leva-nos a ter de aproveitar outros recursos como o patrimório historico-artístico e o património natural. Terra de grande beleza paisagística, vai receber com a nova barragem novo trunfo para o desenvolvimento do turismo que, aliado ao seu rico património histórico, artístico e etnográfico, terá condições para ser uma prioridade no desenvolvimento do concelho. O futuro de Ribeira de Pena passa, inevitavelmente, pelo turismo para encetar o caminho do desenvolvimento.
Vários são os apoios financeiros que se podem aproveitar do Quadro Comunitário de Apoio
Mas a responsabilidade não cabe apenas às autoridades. Também os agentes económicos têm a sua quota parte. Aos empresários cabe investir em Ribeira de Pena, impulsionando a dinâmica financeira do concelho, criando emprego e riqueza. Se sentem dificuldades não devem desanimar mas antes reestruturar os seus negócios e torna-los mais competitivos. Ribeira de Pena precisa de infra-estruturas de qualidade para apoio ao desenvolvimento do turismo, nomeadamente estruturas de hotelaria e restauração, mas também de animação, capazes de permitir cativar e fidelizar visitantes.
No novo ano, o Terras de Pena continuará com o seu contributo para o desenvolvimento do concelho, dentro das limitações inerentes a um blog dinamizado unicamente por voluntarismo, quer promovendo a divulgação de Ribeira de Pena, quer dinamizando uma reflexão construtiva tão necessária e que motivou a sua criação.
Deixo ainda uma mensagem para os mais distraídos.
A criação do Terras de Pena teve os objectivos já referidos: promover a divulgação do concelho e a reflexão construtiva, longe de qualquer tendência ou ideologia. Entende-se como reflexão construtiva a apresentação de ideias e críticas que contribuam para o desenvolvimento, o que é totalmente oposto à crítica que tem por objectivo a destruição e a alimentação de polémicas ou lutas políticas. Isto em nada contribui para o desenvolvimento do concelho, antes sim para a sua regressão. Aos que têm esses interesses, lembro-lhes que têm a Assembleia Municipal e que podem sempre criar meios de informação próprios. No Terras de Pena, que é, relembro, um blog pessoal, não encontrarão esse apoio.
A todos os ribeirapenenses, os votos de um próspero e feliz 2010.
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